A escrita manual é mágica: ela nos transporta a momentos marcantes da história, da criatividade e da vida cotidiana, além de nos conectar intimamente com as pessoas que escreveram sobre aquelas páginas. Por quase meio século, o escritor e editor brasileiro Pedro Corrêa do Lago vem montando uma das mais completas coleções de autógrafos de nossa época. A exposição na The Morgan Library & Museum em Nova Iorque apresentou cerca de 140 itens, incluindo cartas de Lucrezia Borgia, Vincent van Gogh e Emily Dickinson, esboços anotados por Michelangelo, Jean Cocteau e Charlie Chaplin, e manuscritos de Giacomo Puccini, Jorge Luis Borges e Marcel Proust. A expografia de Daniela Thomas e Felipe Tassara responde ao desafio de apresentar os documentos ao lado de textos muito longos de legendas e imagens ocasionais. Os planos verticais oferecem, portanto, um espaço generoso e flexível para acomodar o conteúdo variado. A tipografia tem papel crucial na comunicação visual desta exposição: além do grande título na entrada da mostra, ela também é utilizada na organização dos núcleos expositivos. A família tipográfica Austin, de Paul Barnes, com seu design de alto contraste e caracteres ligeiramente condensados, adaptou-se adequadamente aos requisitos deste projeto.